A Obra
Das primeiras experimentações com desenho, pintura, recorte e colagem, que lhe projetaram no mundo da arte, Chico Liberato fez longo percurso e densas incursões. Seu espírito irrequieto o levou a romper os limites das telas e extravasar sua arte para a tridimensionalidade, em objetos e esculturas, colocando-a ainda em movimento, por meio do cinema de animação.
A busca incessante pela expressão o conduziu a pesquisas que resultaram em rico acervo em diferentes formatos, sempre em diálogo com o que trazia impregnado à alma: a natureza como fonte inesgotável de beleza, a relação do homem com o que lhe transcende, a dor de existir em meio a tantas desigualdades, a plenitude de viver em sintonia com o seu sagrado.
E o sagrado para Chico é a harmoniosa convivência entre os seres e a expansão de seus sentidos, expressa na explosão de cores que sua obra veio a incorporar. Seja em abstrações ou na concretude das imagens, sua temática é plena de brasilidades e imbuída de sentido universal. Contempla as três etnias constituintes do nosso povo, as diferentes manifestações de religiosidade que se dão no país, com igual lugar para as lendas e mitologias do folclore popular
Completamente identificado com a paisagem sertaneja, Chico transborda referências catingueiras, com bichos, gentes, lutas e labutas e histórias nas quais, contando um modo particular de viver, cabe o mundo inteiro.
Artes Plásticas
A produção de Chico Liberato transita entre o plano e o espaço: sai da unidade bidimensional para a tridimensionalidade, ganha expressão no movimento de corpos e funde-se à música, em instalações artísticas. Sua obra, fragmentada em quadros, objetos, esculturas, possui coesão e organicidade e traduz sua constante insatisfação e busca por novos materiais e formas de expressão, que deem conta do seu ver, sentir e compreender o mundo.
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Após 68, a ditadura instaurada no país estancou investimentos e censurou obras de arte, Para sobreviver, Chico se dedica às artes gráficas, atividade que lhe possibilitou novas buscas de expressão, ampliadas com o surgimento de recursos de impressão.
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As experiências de Chico Liberato com animação remontam a 1972, ano de realização da I Jornada de Cinema da Bahia. O interesse surgiu de um encontro casual com Guido Araújo, seu realizador, que lhe incutiu a ideia. Foi o suficiente para a alma irrequieta do artista despertar para a possibilidade de animar seus traços e roteirizar seus personagens.
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